Candidatos evitam falar em rachadinhas, mas manterá esquema em caso de vitória

Candidatos evitam falar em rachadinhas, mas manterá esquema em caso de vitória

Além da promessa de emprego, candidatos a vereadores já combinam esquema de 'rachadinhas' de salários de assessores na Câmara.


Candidatos evitam falar em rachadinhas, mas manterá esquema em caso de vitória
Rachadinhas de salários de assessores parlamentares voltam a entrar no cardápio dos candidatos a vereadores 


A crise sanitária que vem batendo nas portas dos itapetinguenses provocou uma onda de desempregados e curiosamente levou outra onda, desta vez de promessas de candidatos a vereadores que tem audácia de prometer ao eleitor uma vaga de assessoria parlamentar na Câmara Municipal de Itapetinga em troca do voto, isso em caso de vitória nas urnas.

A estratégia dos candidatos a vereadores na barganha por promessas de cargos de assessoria na Câmara de Itapetinga, já existe há duas décadas nas eleições municipais. E parece que está se intensificando nessa eleição, depois do Ministério Público de Itapetinga (MP) arquivar a série de denuncias do IDenuncias sobre o esquema de assessorias laranja para prática das ‘rachadinhas’ de salários de assessores parlamentares. 

Para arquivar as denuncias, o promotor público Gean Carlos Leão, alegou que todas as denuncias foram feitas por um site anônimo e decidiu engavetar as vastas provas do esquema na Câmara de Itapetinga publicada pelo IDenuncias.

Relatos de eleitores e apoiadores de políticos de legendas tradicionais no município, ouvidos por colaboradores do IDenuncias, não escondem as promessas dos candidatos. A maioria ouvida prefere o anonimato que expor e perder a sonhada vaga no Legislativo em caso de vitória dos seus candidatos.

O cinismo dos concorrentes as 15 vagas na Câmara de Vereadores é tamanha, que em sua maioria não disfarça como seria o esquema de gabinete se caso viesse a garantir a vaga no Legislativo Municipal. Pelos relatos, os vereadores eleitos ou reeleitos, sustentaria o mesmo esquema atuais, mas de forma cautelosa, já que existe uma lei que obriga os assessores parlamentares abaterem ponto eletrônico. Ambos os assessores trabalhariam meio período, mas cientes que terão de devolveram parte dos salários aos vereadores. A justificativa dos futuros vereadores sobre as 'rachadinhas', é sempre a mesma, ratear os salários para ajudar outros colaboradores de campanha.    

O ponto eletrônico obrigatório surgiu após as revelações em série do esquema na Câmara de Itapetinga pelo IDenuncias. Devido a pandemia a equipe por trás do site, decidiu aliviar a obrigatoriedade do trabalho presencial de assessores parlamentares na Câmara, por entender que a presença de todos os assessores nas dependências do Legislativo é fatos de risco, por não houver uma vacina contra a covid-19. Cada vereador tem direito a duas vagas de assessorias parlamentares, com salário cada de pouco mais de R$ 2 mil mês.

A promessa de emprego por voto não é apenas privilégio de vaga na Câmara de Itapetinga, também alcança o Poder Executivo. Muitos candidatos a vereadores vêm intensificado a oferta de emprego na Prefeitura em caso de vitória de seus candidatos a prefeito. 

Levantamento feito por colaboradores apontou alto índice de oferta de emprego por candidatos a vereadores ligados ao atual prefeito Rodrigo Hagge (MDB). No pacotão de oferta de emprego fácil na Prefeitura, tem cargos acima de R$ 3 mil reais. O curioso que este ano, já falam em ‘rachadinhas’ desses salários com o futuro vereadores, mesmo os indicados pelos Parlamentares trabalhando na Prefeitura.

O problema que todas essas promessas de emprego na Prefeitura devem ficar na promessa. Após o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), rejeitar as contas 2018, do prefeito Rodrigo Hagge, e tudo leva a crer que as contas 2019 estão comprometidas por excesso de gastos com pessoal. Em 2021, caso o prefeito se reeleja terá que enxugar a folha de pagamento da Prefeitura o que evitaria a série de pedidos de vereadores eleitos por empregos à apoiadores políticos.