Arcebispo é acusa de preservar o alto clérigo e deixar padres expostos na pandemia com igrejas de portas abertas.
Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer. |
A decisão do Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, que determinou o fechamento dos escritórios de atividade administrativa da cúria central e das cúrias regionais por temor do coronavírus, deixaram os padres paulistanos em furiosos com tratamento desigual do clérigo, pois a mesma determinação não inclui o fechamento das igrejas no pior momento da pandemia que registra recorde de mortes diárias.
A medida de proteção ao Alto clérigo da igreja católica de São Paulo na pandemia, imposta pelo arcebispo Dom Odilo Scherer, foi considerado desrespeitosa para maioria dos padres que ficaram indignados e “cuspindo fogo”, nas palavras de um deles à coluna Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo.
Eles consideram injusto que, na cúpula, religiosos e funcionários da cúria sejam preservados, enquanto párocos seguem com as igrejas abertas, recebendo o público que, como eles, também estaria em risco.
E não é para menos o protesto furioso dos padres, segundo a CNBB, 1.455 padres diocesanos já foram acometidos pela Covid-19. Destes, 65 morreram. Entre os bispos que ficaram doentes, três foram a óbito.
“Lamento, mas a interpretação da decisão está equivocada: na verdade, fechamos a Cúria para preservar a saúde dos trabalhadores. E mantemos igrejas e expedientes paroquiais abertos para servir o povo e socorrer pobres e enfermos”, afirmou dom Odilo à coluna Mônica Bergamo em uma mensagem de WhatsApp.
As igrejas podem ficar abertas graças a um decreto do governador João Doria, que considerou as atividades religiosas “essenciais” na pandemia.
A medida contrariou médicos do comitê de combate à Covid-19, que assessora o governador de SP, pelo alto risco que representam de aglomeração e disseminação do vírus. Além dos médicos, o governador recebeu duras criticas de infectologistas do estado diante o agravamento da crise sanitária, de ocupação de leitos de UTIs, no limite do caos.
Na Bahia, decreto semelhante ocorreu, quando o Governador da Bahia Rui Costa (PT), prorrogou o lockdown, permitiu o retorno presencial de fiéis em celebração de missas e cultos religiosos com presença de 30% da capacidade da igreja. Como em São Paulo, o governador baiano recebeu criticas pela decisão de agradar religiosos em meio ao colapso do sistema publico de saúde da Bahia.