A teia de relações da Fundação José Silveira com vereadores e prefeito vai muito além de uma vítima de família pobre.
Na imagem: a vitima, um bebê recém-nascido a Fundação José Silveira e os Políticos Prefeito Rodrigo Hagge (MDB) e o Deputado Federal Antônio Brito. |
Como se fosse um filme de repeteco na sessão da tarde na TV Globo, a história de negligência na Fundação José Silveira administradora do Hospital Cristo Redentor de Itapetinga ganha mais um capítulo extra de um drama que parece não ter fim, quando o roteiro envolve os mesmos figurinos e atores vindos da política e mídia local.
O caso da morte de uma criança recém-nascida por negligencia hospitalar, alimenta um conluio assustador entre vereadores, prefeito e parte mídia local que são abastecidos com verbas da Fundação para se manterem omissos ou em silêncio quando uma tragédia ou escândalo se abate sobre a Fundação José Silveira.
Fundação ligada a presidente da Câmara é alvo de investigação por falso médico e morte de paciente (VEJA AQUI) |
Ainda na memoria, o caso do falso médico que atuava na UTI do Hospital Cristo Redentor e por consequência suspeita de ter levado a morte de um dos pacientes, revelou na época a extensão da teia de relações que envolvem parte dos políticos e da imprensa da cidade que são gratificadas com vantagens e patrocínios para jogar para debaixo do tapete qualquer assunto inconveniente de negligencia médica, que possa abater sob a Fundação.
A morte de um bebê recém-nascido no Hospital Cristo Redentor, por falta de anestesista para procedimento cirúrgico a parto cesáreo em uma jovem mãe que agonizava nos corredores do hospital com fortes dores, por ausência do profissional que decidiu não comparecer para trabalhar por falta de pagamento, acabou escancarando um drama que parece ser rotina na unidade hospitalar de Itapetinga.
“Demorou demais para tirar a criança. Demorou, aí agora a filha do senhor tá grave”, essas são as palavras de um médico ao pai da criança em áudio que circula nas redes sociais. A jovem mãe precisava urgente de uma intervenção cirúrgica para retirada do bebê, o que não ocorreu, mesmos os médicos cientes da gravidade, eles [médicos] não poderiam fazer nada por falta de material cirúrgico, como também a ausência do médico anestesista.
De acordo com especialista consultado pelo IDenuncias, "o óbito poderia ter ocorrido por uma complicação grave na gestação em que a placenta se separa do útero. Isso, provoca o descolamento da placenta ocorre quando ela se desprende da parede interna do útero antes do parto. A condição pode privar o bebê de oxigênio e nutrientes, como também levar a morte da gestante e seu filho.” Explicou médico especialista sob anonimato.
Mas o drama da negligência da Fundação que abalou a família, amigos e a população, não comoveu a bancada de vereadores do prefeito Rodrigo Hagge (MDB), na Câmara de Itapetinga, que supreendentemente na sessão da quarta-feira (8), se retiraram quando a vereadora opositora Sibele Nery (PT), levou o caso da morte do recém-nascido na Fundação ao plenário do Legislativo.
Vereadores da bancada do prefeito Rodrigo Hagge, abandonam o plenário da Câmara Municipal de Itapetinga no momento em que a vereadora de oposição noticia a mote do recém-nascido. |
A saída dos vereadores ligados a Fundação José Silveira do plenário da Câmara demonstrou a gigantesca cumplicidade da maioria dos vereadores do Parlamento de Itapetinga com administradora do Hospital Cristo Redentor, que se retiraram para não questionar o episódio de negligência que culminou com morte de um bebê, por puro temor de perdas de regalias oferecidas pela Fundação aos políticos com mandatos.
E se você acha que o silenciar da morte do recém-nascido foi um privilégio exclusivo de vereadores? Mero engano! O prefeito Rodrigo Hagge que está atolado em compromissos de campanha com o Deputado Federal Antônio Brito (PSD), o verdadeiro chefão por traz da Fundação José Silveira, teve que se manter calado diante a negligência hospitalar, como também o secretario de Saúde, Hugo Souza que decidiu pelo silêncio, que questionar a condutada irresponsável da Fundação pela falta de anestesista.
Desta vez, uma pequena parte da imprensa não silenciou como no caso do falso médico, onde o IDenuncias foi único site de Itapetinga a noticiar o episódio. Blog e programas de emissoras de rádios independentes e até patrocinados pela Prefeitura, levou o caso da morte do recém-nascido a frente. Se haverá represália com corte de patrocínios não sabemos, mas os que sabemos, é que por trás de tanto silêncio correm muito dinheiro e pedidos de apoio político.