A realidade das vítimas da enchente e o fim do exibicionismo dos vereadores de Itapetinga

A realidade das vítimas da enchente e o fim do exibicionismo dos vereadores de Itapetinga

Vítimas da enchente em Itapetinga enfrenta incertezas sobre a continuidade do apoio das autoridades públicas para reconstrução. 

A realidade das vítimas da enchente e o fim do exibicionismo dos vereadores de Itapetinga
Vítimas da enchente em Itapetinga estão em compasso de espera sobre ajuda dos governantes. 

Um grupo de vereadores de Itapetinga ligados ao prefeito Rodrigo Hagge (MDB), fizeram das “tripas coração” para levar algum tipo de vantagem política no caos da enchente natalina na cidade, que deixou centena de desabrigados é muitas casas submersas com a cheia do rio Catolé. No roteiro diário desses políticos, a exposição de imagens e vídeos nas redes sociais em áreas afetadas pelas cheias e entrega de alimentos, sempre ao lado do comandante da Prefeitura.

Valia de tudo para ganhar as redes sociais, como escolhas de imagens mais impactantes do caos, com direito a ajeitadinha no cabelo antes das filmagens, como fez o prefeito Hagge em maioria de suas publicações, até mesmo carregar um saco de alimentos de lado para outro só para sensibilizar o público. Tinha vereadores em cima de caçamba de caminhão, nas águas da cheia fazendo visita, dando entrevista, vereador informativo diário, mas também teve vereadores desabrigados pela enchente, como os casos dos edis Neto Ferraz (PSC) e Valdeir Chagas (PDT), suas casas foram tomadas pela água e tiveram perda total. 

Políticos em ação na enchente natalina de Itapetinga
Políticos em ação na enchente natalina de Itapetinga 

Sobre o carregar dos kit de alimentos filmado pela equipe de marketing do prefeito, o vídeo teve repercussão com criticas e elogios. Nas imagens, os parlamentares: Manu Brandão (MDB) e Luciano Almeida (MDB), prefeito de Itapetinga e servidores públicos no centro de distribuição de doações do governo estadual. Veja:      


De fato, as imagens da enchente impressionaram e ganhou o mundo, através das mídias e plataformas sociais e assustaram como também causou forte comoção nacional, obrigando os governos federal e Estadual a se unirem para salvar vidas em meio a trágicas chuvas que caíram no sul da Bahia.

Enchente deixa mais uma lição para Itapetinga sobre avanço de casas às margens do rio Catolé
Enchente deixa mais uma lição para Itapetinga sobre avanço de casas às margens do rio Catolé (VEJA AQUI).

Com o cessar das chuvas e recuou das águas do rio Catolé a realidade é imposta, com famílias tentando recuperar o que restou, que para muitos, nada, para alguns, alguma coisa sem muita importância. A tristeza das vítimas da enchente é maior quando os sinais de ajuda dos governantes se limitam a alugueis sociais, colchões e kit alimentar; esse, se regrar dá para 9 dias. Sem fogão, geladeira e moveis que foram levados pelas águas ou ficaram submersos, o começo é penoso e sofrido ao verem que tudo é limitado.

A tal promessa da ajuda governamental dita pelos políticos sobre reconstrução no pior dia dessas famílias vítimas da enchente, tá na processa e sem prazo para se realizarem. No meio dessas promessas burocráticas, uma presidente da republica que só pensa em sua ideologia política contra o PT, e decide emperrar liberação de verbas a Bahia para ajudar a reconstruir o Estado. Na outra ponta: um governador, que acusa o governo federal de manda pouco dinheiro, como de fato ocorreu, Bolsonaro só enviou R$ 80 milhões do estimados hoje, R$ 2 bilhões para reconstrução de casas, estradas e reposição de bens das vítimas perdidas nas enchentes. Por aqui: um prefeito que cria até um programa de reconstrução de casas, nos mesmos locais das enchentes, e rezando que outra cheia como essa só aconteça daqui há 30 ou 40 anos.

Rui Costa prevê 1,5 bilhão para Bahia reconstruir cidades, mas Bolsonaro só manda R$ 80 milhões (VEJA AQUI)

Na quinta-feira (6), uma audiência pública realizada no plenário da Câmara de Itapetinga por emissários do governador da Bahia, sobre ‘auxilio’ as vítimas das enchentes na região, gerou expectativa, que logo, virou decepção, ao perceberem que o tal ‘auxílio’ na verdade seria empréstimo a empresários com juros zero, para quem perdeu tudo, ou quase tudo na enchente. Para as vítimas em sua maioria de famílias pobres, terão que esperar mais tempo por algum tipo de beneficio do Estado. 

Enquanto isso, os vereadores youtuber e Tiktok de Itapetinga, deram ‘chá de sumiço’ quando hoje, a realidade das vítimas foi além de um kit alimentar doado pelos governos federal e estadual. As necessidades dessas famílias privados de quase tudo, requer mais que abraço ou um sorriso no rosto, eles precisam de dinheiro para recomeçar, e a linguagem “dindim” não cai bem no meio político. Daí, é a causa do sumiço dos vereadores no retorno dessas vítimas a suas casas danificadas pela enchente.