Com demissões de aliados e parentes de parlamentares exigido pelo Ministério Público, clima entre prefeito e vereadores deve azedar se não houver contenção de danos.
Prefeito Eduardo Hagge (MDB), na cerimônia de posse na Câmara Municipal de Itapetinga.
A ordem do Ministério Público para demitir os parentes de vereadores na Prefeitura de Itapetinga, não é apenas um problema administrativo, é uma bomba-relógio política. Para os parlamentares da base aliada, esses cargos não eram apenas empregos, mas peças-chave em seus tabuleiros eleitorais para reeleição. Agora, com as exonerações em curso, Eduardo Hagge está prestes a descobrir o que acontece quando se mexe no ninho de cobras da política itapetinguense.
Em cidades do interior como Itapetinga, nomear parentes de vereadores não é um favor, é moeda de troca. Esses cargos garantiam lealdade, influência em bairros e, principalmente, estrutura para campanhas. Com a facada do MP, prefeito de Itapetinga não apenas pode perder o controle da máquina, mas feriu de morte a confiança de quem sustentava seu governo.
E os vereadores não vão perdoar. Afinal, como explicar aos primos, cunhados e afilhados que perderam seus empregos de até R$ 7 mil que "o prefeito não pôde fazer nada"? A resposta virá nas votações e nas operações tartarugas no plenário, com mais ameaças de CPI. O prefeito terá que governar com um parlamento cada vez hostil, e sem os cargos da parentada para agradar vereadores, sua capacidade de articular murcha.
MP aciona prefeito de Itapetinga para demitir parentes de vereadores, secretários e dele próprio (Click Aqui)
Eduardo agora está encurralado. Se não demitir, o MP entra com ação e ele vira réu. Se demitir, o clima com vereadores só azeda. E pior: não há como realocar esses parentes sem que a Promotoria volte a agir. Qualquer manobra para recolocá-los em outro setor será vista como descumprimento de um possível acordo, e o MP tende a não vai fechar os olhos.
Ou seja: o prefeito pode até tentar negociar "por baixo dos panos", mas o risco é alto. Se for pego, vira caso de improbidade. Se não fizer nada, a base aliada pode até abandoná-lo aos poucos. Um jogo onde todas as saídas levam ao desastre.
Nos próximos dias, o clima na Câmara vai ser de cara fechada. Vereadores que antes bajulavam o prefeito Hagge agora vão exigir explicações públicas, de qualquer coisa que aconteça, afinal, tem que dizer para seus parentes a culpa não é deles, foi do prefeito.
Prefeito Eduardo Hagge escancara nepotismo ao contratar parentes de vereadores (Click Aqui)
Se antes o IDenúncias já alertava sobre o "governo de família", com empregos a parentes de vereadores, secretários e do próprio prefeito em março deste ano, agora o MP confirmou: Itapetinga virou um balcão de negócios.
É nepotismo, é vida que segue...
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