No amigo oculto da gestão Eduardo Hagge, o presente veio em forma de decreto e sem direito a troca.
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| Demissões de aliados políticos na Prefeitura de Itapetinga vira rotina na gestão do prefeito Eduardo Hagge (MDB). |
Dizem que o Natal é tempo de paz, confraternização e gratidão. Em Itapetinga, pelo visto, a tradição ganhou um toque francês versão guilhotina. A Prefeitura administrada pelo prefeito Eduardo Hagge, o popular “Tiozão” (MDB), resolveu inovar: em vez de panetone, 15 aliados ganharam a famosa “lembrancinha” da demissão. Tudo isso às vésperas do Natal, sábado, 20 de dezembro. Porque surpresa boa é aquela que a gente não espera, né?
Nada de praça pública, bandeiras ou hinos revolucionários. A cena foi mais discreta, porém igualmente afiada. Por decreto municipal, na cala da noite, a secretária de Administração, Cristiane Coelho, entrou em cena como a carrasca oficial, fazendo o serviço sujo para poupar o chefe do desconforto. Afinal, alguém precisa puxar a corda.
Os atingidos? Aliados de 'primeira hora', muito vindos da campanha que ajudou a colocar o Tiozão na cadeira de prefeito. Gente conhecida, cargos de confiança do segundo escalão: diretor de departamento, oficial de gabinete, chefe de divisão, agente social comunitário, secretária de apoio administrativo, chefe de seção. Um verdadeiro álbum de figurinhas repetidas da base aliada, agora todas descartadas.
Nas demissões, prefeito Tiozão prioriza as cabeças gabirabas
O clima, que deveria ser de confraternização entre colegas, virou pesadelo administrativo. Enquanto alguns celebravam o fim de ano, outros abriam o “pacote do amigo oculto” e encontravam dentro um recado curto e direto: demissão sumária. Sem aviso prévio, sem laço vermelho, sem “boas festas”.
A justificativa oficial veio elegante: ajuste nas contas públicas, mais precisamente na folha de pagamento. Um detalhe apenas chama atenção, esses ajustes costumam acontecer em novembro, não a dez dias do fim do ano, quando a Lei de Responsabilidade Fiscal já está praticamente com as contas fechadas para balanço. Mas detalhes nunca atrapalharam uma boa narrativa.
No fim das contas, fica a lição política: ser amigo do rei tem custo. E, em Itapetinga, o preço parece ser a própria cabeça. A guilhotina do Tiozão mostrou que gratidão não entra na folha de pagamento. E que, na revolução particular da Prefeitura Municipal, quem ajudou a vencer também pode ser o primeiro a cair.
Adiós. Ou, como diria o decreto: está dispensado.

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