Em outro revês, juiz aponta que Quadrilhão do PT não existiu, enquanto isso, chefão da Lava Jato vira alvo de investigação por corrupção
Juiz inocenta Dilam e Lula no 'quadrilhão do PT'', enquanto isso, o chefão da Lava vai ser investigado pelo MPF por receber propina de doleiro alvo da Lava Jato |
No apagar das luzes em setembro 2017, ao deixar o cargo de Chefe da Procuradoria Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, decidiu limpar a gaveta com um último atirar de fecha que apontaria um esquema no coração do Partido dos Trabalhadores, conhecido como ‘Quadrilhão do PT’.
Na época a denúncia contra a cúpula do PT foi visto com muita desconfiança devido ao apressar do então procurador chefe, Janot, na conclusão do inquérito na PGR. A hiperatividade de Janot no fim de seu mandato, é que ele não quis deixar à sucessora e desafeto Raquel Dodge, a decisões sobre as investigações que almejava os petistas no âmbito da Operação Lava-Jato.
No pacotão de acusações de Janot contra o PT, tinha Lula, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Antonio Palocci e mais três pessoas foram acusadas de corrupção e de formação de quadrilha. Só nesta denúncia, Janot acusou o partido de ter desviado R$ 1,48 bilhão. O impressionante tudo sem apresentar um vestígio sequer de provas contra os petistas.
O resultado do apressar de Janot veio dois anos mais tarde, quando o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, absolveu os ex-presidentes Lula e Dilma, além de outras quatro pessoas ligadas ao PT, do delito de organização criminosa.
O magistrado, concluiu que a denúncia de Janot contra a cúpula petista, foi na “verdade uma tentativa de criminalizar a atividade política". Segundo o juiz, "a utilização distorcida da responsabilização penal, como no caso dos autos de imputação de organização criminosa sem os elementos do tipo objetivo e subjetivo, provoca efeitos nocivos à democracia, dentre elas a grave crise de credibilidade e de legitimação do poder político como um todo".
No resumir, o juiz acusou a turma de Janot na PGR de irresponsável por apresentar denuncias sem evidencia que possa provar que existiu tal quadrilhão apontando dois ex-presidentes da republica no esquema.
Enquanto os petistas se livram de mais uma denúncia de corrupção. Um chefão da Lava Jato virou de vez, alvo de investigação, no âmbito do STJ (Superior Tribunal de Justiça), para apurar suspeitas de pagamentos ilícitos ao procurador Januário Paludo, um dos mais experientes integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
É a primeira investigação penal que tem como alvo um procurador da Lava Jato em Curitiba. A apuração partiu de um relatório da Polícia Federal, de outubro, sobre mensagens trocadas entre o doleiro Dario Messer e sua namorada. As mensagens citam uma suposta propina paga a Paludo para dar proteção ao doleiro.
Chefão da Lava Jato, procurador Januário Paludo |
O teor do relatório da PF foi revelado no sábado (30) pelo portal UOL. O relatório da PF foi enviado à PGR (Procuradoria-Geral da República) para adoção de providências. Integrantes do órgão avaliaram o caso como gravíssimo e pode abalar a credibilidade da instituição.
Porém a receio de parte dos membros do MPF – Ministério Público Federal, que as investigações contra o chefão da Lava Jato, não tenha o empenho desejado, como ocorreu no episodio envolvendo o coordenador da Operação Deltan Dallagnol, que recebeu pagamento por palestra de uma empresa investigada pela Lava Jato. O caso foi arquivado pelo Corregedor Nacional do Ministério Público Rinaldo Reis Lima.