CPI das Fake News chega ao Palácio do Planalto, após depoimento de ex-líder do governo Bolsonaro
Fontes da CPI das Fake News apontam uma sala no Palácio do Planalto de um gabinete do ódio disposto a disseminar noticias falsas |
Não é nenhuma novidade que o terceiro andar do Palácio do Planalto entraria na mira das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) das Fake News.
Para maioria dos membros da CPI, formada por Senadores e Deputados Federais, o endereço dos responsáveis aos ataques ao Congresso e Judiciário, tem lugar certo, e seria uma sala no Palácio do Planalto em Brasília.
Tudo indica que nas próximas semanas, a CPI deve solicitar acesso aos IPs (uma espécie de identidade do aparelho) e dados dos computadores usados por servidores que integram o chamado 'gabinete do ódio', que atuam no mesmo andar no qual o presidente da República, Jair Bolsonaro, despacha diariamente.
Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo, o ‘gabinete do ódio’ é como internamente integrantes do governo passaram a se referir ao grupo formado por três servidores ligados ao vereador carioca e filho do presidente, Carlos Bolsonaro (PSC). Os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz produzem relatórios diários, com suas interpretações, sobre fatos do Brasil e do mundo e são responsáveis pelas redes sociais da Presidência da República.
A CPI das Fake News decidiu pedir acessos aos IPs, após a deputada e ex-líder no Congresso do governo Bolsonaro, Joice Hasselmann (PSL-SP), prestar depoimento na CPI, acusando os assessores do presidente de disseminar notícias falsas contra seus adversários durante o horário de serviço.
Para a deputada, hoje, algoz dos Bolsonaros, Joice Hasselmann, o chamado ‘gabinete do ódio’ é integrado ainda pelo assessor especial da Presidência da República Filipe Martins, que é próximo ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Segundo Joice o grupo, ligados aos Bolsonaros é um dos mais ativos propagadores de notícias falsas e difamações. Afirmou a deputada na CPI.
Com o depoimento de Joice, técnicos do Ministério Público Federal (MPF), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do próprio Congresso, que atuam em conjunto com a CPI, iniciarão uma fase de aprofundamento de coleta de provas e de investigação dos fatos relatados pela deputada e ex-líder do governo Bolsonaro.
A sessão da CPI que ouviu a deputada Joice durou mais de dez horas e foi marcada por muito bate-boca e troca de acusações entre as alas em disputa no PSL, os "bivaristas", ligados ao presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), e os "bolsonaristas", próximos a Bolsonaro. Todos os funcionários do “gabinete do ódio” foram convocados para prestar depoimento na CPI, mas ainda não há uma data para isso acontecer. (Fonte O Estado de S.Paulo)