Proibição de cultos e missas pelo STF dá mais poderes para Hagge conter o avanço da covid no município

Proibição de cultos e missas pelo STF dá mais poderes para Hagge conter o avanço da covid no município

Com mais poderes, prefeito Rodrigo Hagge terá que decidir entre a fé que salva e a fé que mata na pandemia para conter a disseminação da doença na cidade.

STF mantém restrição temporária de atividades religiosas presenciais.


No pior momento da pandemia os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram dá um voto pela vida, quando permitiu dá poderes a Estados e municípios a proibir cultos e missas religiosas até durar a crise sanitária provocada pelo coronavírus que faz mais de 4 mil mortos diário.

O tema tem sido motivo de controvérsia e muita polêmica. No sábado (3), por exemplo, o ministro Nunes Marques aceitou argumento de liberdade religiosa e proibiu que celebrações em templos e igrejas fossem vetadas por Estados, municípios e Distrito Federal em razão da pandemia.

Já na segunda-feira, o ministro Gilmar Mendes rejeitou liminarmente a ação do PSD e enviou o caso ao plenário do STF. No julgamento marcado por duros recados do STF ao governo Jair Bolsonaro. 

9 dos 11 ministros da Corte decidiram pela sensatez e preservação da vida e não pela tese arrepiante do Advogado da União que representava o governo Bolsonaro no STF, ao argumentar que cristãos preferem a morte que ficar sem os ocultos religiosos.

Se essa tese macabra do advogado-geral da União, André Mendonça que é evangélico, for compartilhada por pastores de Itapetinga, então o município precisa se preparar para carregarem seus mortos diariamente na pandemia.

Com números estáveis a dez dias de pessoas infectadas e mortas, Itapetinga vive o privilégio da calmaria em meio ao caos de óbitos registrados no país, 4.190 só ontem (8). E a decisão do STF que dá mais poderes ao prefeito Rodrigo Hagge (MDB), contribuirá para que essa calmaria não se transforme em uma tempestade prefeita a favor do vírus. 

É de conhecimento, que o prefeito Hagge na primeira onda da covid, foi capaz de barganhar medidas menos restritivas na pandemia com pastores evangélicos em troca de apoio político na eleição do ano passado. Como o prefeito não é mais candidato, esperamos a mesma sensatez que teve a Alta Corte, de preservar a vida sem exaltar a morte em nome dá fé e do voto.

Rodrigo Hagge com membros da associação de Pastores
Pelo apoio a Hagge, pastores exigem mais que terrenos, deseja mudança no horário de 'toque de recolher'. Encontro do Prefeito de Itapetinga, com membros da associação de Pastores na segunda Igreja Batista.


Para os cientistas, os ambientes fechados da maioria das igrejas e templos do país, de pouca ventilação, amplo contato entre fiéis, uso compartilhado de objetos, cantos litúrgicos, que são elementos comuns em celebrações religiosas, do ponto de vista epidemiológico, vai contra qualquer medida de bom senso para preservar vidas e controlar a pandemia. No contexto da crise da covid-19 que vem assolando o país e o mundo, podem representar também um "coquetel explosivo" para a disseminação do novo coronavírus, causando mais infecções e, portanto, mais mortes.

O IDenuncias chegou a recordar o período da peste negra que se abateu na Europa da idade medida onde muitos acreditava-se que os mosteiros eram santuários de proteção, mas eles se tornaram vetores de disseminação da doença que varreu milhões de vidas em todo velho continente. A peste negra foi uma pandemia que se estendeu de 1347 a 1353 e causou a morte de 50 milhões de pessoas na Europa. Segundo estudiosos, o número de mortos representava aproximadamente 60% da população continente Europeu.