Em fim, Bolsonaro admitir que é Centrão. Enquanto isso, bolsonaristas silenciam na redes sociais.
Para justificar a vinda de um dos líderes do Centrão para o coração do poder, o presidente Jair Bolsonaro que ele faz parte do grupo de legendas partidária. |
Por essa nem os mais radicais dos seguidores bolsonaristas esperavam do ‘Mito’, admitir em público que o conglomerado de partidos políticos, conhecido por Centrão, que topa qualquer governo, em troca de benesses de cargos e lotados de políticos acusados de corrupção, fosse o próprio governo federal.
Durante a eleição 2018, dizia Bolsonaro ainda no Hospital após ser vítima de facada: ”Não, não vai existir Centrão”, disse. ”Não será esse o critério, será a competência.” Para ele, ser contra as indicações políticas representa uma maneira “de buscar o resgate da credibilidade”, o que não significa que não vai dialogar com o Congresso. “Não é que eu vou dar as costas para o Parlamento”, afirmou categoricamente o candidato eleito naquele ano Jair Bolsonaro.
Na corrida eleitoral, em evento de campanha, um general doido para vê o capitão na cadeira presidencial chegou a canta uma paródia dedicatória ao Centrão: “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”. Assim como filho 03, Eduardo Bolsonaro, que neste mesmo evento decidiu classifica a existência do Centrão: “Eu queria tirar uma foto de cada um dos senhores aqui para saber se em 2019, quando o coro comer para valer, se vocês vão deixar se seduzir pelo discurso do centrão ou vão se manter firmes e fortes com Bolsonaro. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, dizia Eduardo Bolsonaro.
Era tudo conversa fiada dos Bolsonaros e seus generais para vencer a eleição presidencial. No poder, a pandemia da Covid-19 revelou a verdadeira face podre de Jair Bolsonaro, que chegou a declarar que teria acabado com a Lava Jato por ter eliminado a corrupção no País. Mas, não demorou muito para descobrir que um dos líderes do Centrão, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP), havia montado um esquema bilionário de compras de vacinas no Ministério da Saúde. O presidente Jair Bolsonaro foi avisado sobre as irregularidades é não fez absolutamente nada para deter o esquema de Barros uma das crias do Centrão.
Enfraquecido, Bolsonaro se aproximou do Centrão para não sofre impeachment, e para se manter no topo do poder levou para o Palácio do Planalto um dos chefões do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP), acusado de corrupção em três inquéritos que tramitam na Suprema Corte (STF).
Qual a melhor opção: o impeachment ou deixar Bolsonaro sangrar até 2022?. (VEJA AQUI). |
Com cargo a assumir de Chefe da Casa Civil do Governo Bolsonaro, que na prática chefia todos os ministérios, Ciro terá a missão de acalmar as sanguessugas das legendas partidárias. Que veem, Lula decolar a cada pesquisa e o presidente afundar em impopularidade. Para segurar a turma de políticos interesseiros que aprecia o poder, o toma lá, dá, cá, deve corre frouxo nos corredores palaciano. Toma lá, dá, cá, que por sinal, foi condenado por Jair Bolsonaro antes e depois de chegar ao poder.
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro ajudou outro pepista, Arthur Lira, a se eleger presidente da Câmara. A ascensão do deputado aumentou o poder de barganha do Centrão. O grupo capturou o Ministério da Cidadania, abocanhou a Secretaria de Governo e agora assume a Casa Civil, coração da máquina federal.
Tava na cara que era questão de dias para Bolsonaro sair do armário e admitir que ele é o Centrão. “O Centrão é um nome pejorativo. Sou do Centrão. Fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas”, disse o chefe do executivo ao rebater as críticas de que tenha entregado o governo para o Centrão ao nomear o senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro da Casa Civil.
Nas redes sociais, os políticos relembraram as falas de Bolsonaro feitas em 2018 em crítica ao Centrão. E disseram que o posicionamento do presidente agora revela uma “hipocrisia”, considerando que sua campanha eleitoral foi feita com duras críticas ao grupo político.
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou ao O Globo, que parte dos eleitores que votaram no presidente Jair Bolsonaro em 2018 podem "se sentir um pouco confundidos" com a aproximação dele com partidos do Centrão. Mourão ressaltou que os eleitores mais fiéis de Bolsonaro, por outro lado, analisam a "pessoa", "independente do partido".
Os seguidores do presidente nas redes, que havia sofrido um baque de verem seus políticos no Congresso Nacional votarem a favor do Fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões, enquanto o PT havia votou contra. Uma semana depois, sofre outro duro golpe, com a revelação do “Mito” que ele é o Centrão. As redes bolsonaristas voltaram a ficar em silêncio. Afinal, não há nada a dizer diante a revelação.
Redes em fúria, após PT votar contra fundo eleitoral de R$ 5,7 bi e deputados bolsonaristas votarem a favor. (VEJA AQUI). |
No código penal que cita os crime do artigo 171, diz: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Já no crime de estelionato político descrever os casos de candidatos eleitos com uma plataforma ideológica como é o caso de Jair Bolsonaro, após a eleição, adotam outra postura de ideológico contrário.
Em resumo, trata-se do mesmo crime, Jair Bolsonaro apenas fez o que os demais políticos fazem o tempo todo, enganam as pessoas para vencer a eleição. Mas com um detalhe, os políticos de verdade não costumam cuspir no prato que comeu.