Como em Itapetinga, MDB baiano pega fogo com vice-governador a constranger Geddel no caso das malas

Nos rolos do MDB baiano: aliados no MDB, Geraldo Júnior questionou ex-ministro durante programa de rádio, ao vivo, sobre o valor encontrado no bunker de Geddel em 2017.  

Na Imagem: vice-governador da Bahia Geraldo Júnior e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do MDB da Bahia.

Há tempos, os filiados do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Itapetinga não estão em sintonia. Os motivos para a crise são muitos, mas dois episódios recentes acirraram o drama partidário interno.

O primeiro foi a interferência do prefeito Eduardo Hagge (MDB) na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal. O gestor apoiou uma chapa com apenas dois vereadores do MDB, derrotando outra que contava com quatro integrantes do partido. A manobra expôs uma rachadura na sigla e gerou insatisfação entre os vereadores governistas e filiados.

O segundo e mais pessoal foi o embate entre o prefeito e seu sobrinho, o ex-prefeito Rodrigo Hagge. A disputa política entre os dois revelou uma fratura no até então influente clã Hagge, com sinais fortes de uma possível ruptura tanto no âmbito familiar quanto na bancada do MDB no Legislativo contra o atual prefeito.

Rodrigo Hagge começa percebe que Eduardo Hagge tem outros planos para 2026, e ele não está incluído (VEJA AQUI)
 
A política municipal de Itapetinga não é a única a enfrentar turbulências no MDB. No plano estadual, o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), gerou desconforto ao confrontar publicamente seu maior aliado Geddel Vieira Lima, ex-ministro e condenado por corrupção no episódio das Malas de dinheiro.

O embaraço ocorreu durante o programa “De Cara com o Líder”, comandado pelo próprio Geraldo Júnior. Em tom provocativo, o vice-governador relembrou o caso em que a Polícia Federal apreendeu R$ 51 milhões em um apartamento vinculado a Geddel, em 2017. "Foi 51 ou 54? Porque ficam me perguntando e abusando nas redes sociais…", questionou o vice, deixando o ex-ministro visivelmente constrangido.

"Rapaz, aí só perguntando lá no STF. Essa coisa minha defesa já sempre deixou… não tenho responsabilidade nenhuma com isso aí, com esse problema. Pergunta lá, homem", respondeu Geddel, aparentemente desconfortável.

Geddel foi o principal articulador para a adesão de Geraldo ao grupo governista e ascensão ao posto de vice em 2022, na chapa do atual governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Geddel foi preso em setembro de 2017, após a Polícia Federal encontrar nove malas e caixas com R$ 51 milhões em um apartamento no bairro da Graça, área nobre da capital baiana. O local, segundo os investigadores, seria usado pelo ex-ministro para armazenar dinheiro de origem ilícita.

Com certo cinismo e sarcasmo. Geddel comparou sua prisão com "um raio que caiu na minha cabeça e que podia ter caído na cabeça de qualquer um", em referência ao sistema de financiamento de campanhas da época. Ele afirmou que não foi "condenado ao silêncio" e que cumpriu a pena, sem pedir "por anistia".

Recentemente, o ex-ministro Geddel Vieira Lima organizou uma reunião entre o prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), com foco em 2016. O interessante é que um deles está sendo chamado de traidor, enquanto o outro é visto vítima de uma traição. Coisas do MDB!!!

Com Folha de S. Paulo (Veja a íntegra)