Prefeito Rodrigo Hagge arquiteta desde janeiro a derrubada de contas rejeitadas pelo TCM. Com a última decisão do Tribunal, desfavorável o plano Hagge foi adiado.
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Prefeito de Itapetinga tenta reabilitar de suas práticas irregulares descobertas pelo TCM, com derrubada de parecer técnico na Câmara de Itapetinga. |
Quando o prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), decidiu criar uma base numericamente vantajosa na Câmara Municipal de Itapetinga a seu favor, muitos políticos local, sejam eles: governistas ou oposição procuravam explicações sobre a necessidade de uma base ampla, se com 9 vereadores seria o suficiente para uma governabilidade tranquila no Parlamento Municipal. Hoje, Hagge detém o controle de 12 vereadores com distribuição de cargos e vantagens na Prefeitura de Itapetinga.
As respostas surgem na medida em que as irregularidades começam a saltar os olhos dos Conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que a cada desmiuçada nas contas do prefeito Hagge, se descobre uma série de malfeitos com o dinheiro público.
Com as contas públicas lapidadas com uma contabilidade criativa, o gestor Rodrigo Hagge, vem talhando seus gastos com manejos de dá inveja a qualquer gestão pública que faz das pedaladas ficais um ‘triciclo’, sem ter medo de cair. Mas, caiu.
A decisão desta semana do TCM, que imputou ao Prefeito de Itapetinga a devolução de R$ 321.133,60 aos cofres públicos, dinheiro esse, pagos em multas e juros pelo atraso no recolhimento de parcelas relativas a obrigações previdenciárias. O Prefeito Hagge atrasava propositalmente o pagamento previdenciário e remanejava a grana pública para outras finalidades. Com atraso, o gestor municipal pagava multas e juros, e é justamente esse dinheiro público, pagos pelo atraso que o TCM quer de volta.
A notícia de mais um enrosco do prefeito Hagge no Tribunal de Contas somado a duas contas rejeitas e as de 2020 por vim, e com carimbo do TCM já antecipando de terceira rejeição. A Câmara de Vereadores foi obrigada a entrar em compasso de espera, o que atrasou os planos Hagge de ser salvo pelos vereadores da base aliada, com a derrubada das rejeições das contas 2018 e 2019 pelo Tribunal de Contas dos Municípios antes do recesso parlamentar previsto para julho.
Para escapar de ser mais um político ficha suja, o prefeito que depende de apenas 10 vereadores, dos 12 aliados no Parlamento, mantidos sob graciosas vantagens na Prefeitura, para derrubar as irregularidades encontradas em suas contas [de Hagge] pelo TCM em pareceres técnicos. A base aliada mantida sob rédeas curtas parece que está disposta a jogarem seus discursos de políticos honestos para cucuias, em troca de cargos. Os vereadores só aguarda a sinalização do Executivo para por o plano de salvar o prefeito Hagge em ação.
Sobre o plano Hagge, que estaria em prática desde janeiro deste ano, quando decidiu impor o falecido presidente da Câmara, Léo Matos, no comando da Casa. Com a morte, o prefeito arquitetou um plano para derrubar o presidente substituto, Anderson da Nova, eleito em uma composição de chapa como vice-presidente. Pela constituição, ele é sucessor natural. Mas, o prefeito não confiava em Anderson para empreitada de salva-lo das acusações de práticas irregulares na gestão pública. Afinal, Anderson da Nova, resistiu a votar no famigerado Código Tributário, que encheriam o caixa da Prefeitura e esvaziariam os bolsos dos cidadãos com aumentos de impostos.
A escolha do vereador Valquírio Lima/PSD (Valquirão), como novo presidente da Câmara de Itapetinga, não foi atoa. Valquirão havia assumido a empreita de salvar o prefeito Hagge antes de ser empossado como vereador suplente, na vaga deixada com a morte de Léo Matos. A missão de Valquirão é simples receber as porradas pelas derrubadas das contas rejeitadas pelo TCM, além de enfrentar futuras ações vindas dos Ministérios Públicos Estadual e Federal que investiga se o prefeito Hagge cometeu desvios na Prefeitura de Itapetinga. Se caso comprove as irregularidades do prefeito a decisão dos vereadores da Câmara para salvar o prefeito pode ser visto como crime, com acusações de coautoria de práticas corruptas.