Mesmo humilhados por Hagge, vereadores de Itapetinga decidem manter lealdade ao prefeito

Mesmo humilhados por Hagge, vereadores de Itapetinga decidem manter lealdade ao prefeito

As últimas humilhações públicas impostas por Rodrigo Hagge a vereadores da base aliada indica que não abalou a confiança dos edis no prefeito.  


A música de grande sucesso de Calcinha Preta: “Você não vale nada, mas eu gosto de você”, reflete bem o convívio dos vereadores de Itapetinga com o prefeito Rodrigo Hagge (MDB). Os episódios da eleição interna da Câmara Municipal Virginia Hagge, ex-Itapetinga e na votação dos vetos do prefeito a projetos de leis de autorias de parlamentares da base aliada demonstra o conturbado casamento de membros do Legislativo com o chefão do Executivo.

O sucesso musical que ganhou as paradas musicais, na esteira da novela global Caminho das Índias, onde as personagens Norminha (Dira Paes) costumava a dá um “leitinho” com doses de soníferos ao maridão guarda Abel (Anderson Muller), para as andanças na madrugada, que deixava a vizinhança fofocando sobre a humilhante traição noturna da mulher, que ao fim da novela foi aceito pelo maridão conformado. Como vida imita a arte, ganha roteiro quase idêntico à vida real na Câmara de vereadores.

Por aqui, o “leitinho” de Norminha na ficção, é substituído por alguns “carguinhos” na Prefeitura a vereadores aliados de Hagge. Sobre a humilhante traição, aí, a vida não precisa imitar a arte, a humilhação é a mesma da mulher traidora, por levar a público.

Vereadores foram obrigados a manter vetos do prefeito Hagge sob ameaça de perda de cargos. (VEJA AQUI).

A primeira e grande humilhação pública aplicada pelo prefeito Rodrigo Hagge a vereadores da base aliada, veio do próprio ninho gabibaraba. O resultado da eleição/2020 levou o MDB, mesmo partido do prefeito a conquistar 5 cadeiras em um Parlamento de 15 vereadores. Com um terço das vagas na Câmara Municipal sendo ocupado por vereadores da legenda, o prefeito deu um “pito” nos parlamentares do seu partido para indicar o presidente de sua escolha, no caso, o falecido ex-presidente do Legislativo, Leo Matos, que perdeu a vida em um acidente de pesca.  

A repercussão negativa da escolha do prefeito Hagge, de não indicar um vereador de seu partido a presidência da Câmara, despertou a fúria interna de velhos gabirabas, que foram tranquilizados com cargos na Prefeitura de salários R$ 6 mil a 3 mil reais. Na Câmara, os vereadores tiveram que engolir calados a indicação do prefeito a um partido que apenas fizera dois representantes. Temendo retaliações, os vereadores emedebistas recuaram, e foram obrigados aceitarem a indicação de Hagge. O fato, levou desgaste para os vereadores do MDB, que precisariam de apenas 3 vereadores para fazem a presidência do Legislativo.

Vídeo expõe controle ameaçador do prefeito Hagge sob vereadores aliados
Vídeo expõe controle ameaçador do prefeito Hagge sob vereadores aliados. (VEJA AQUI).

A segunda e grande humilhação foi mais explicita. O prefeito Hagge escancarou a submissão de seus vereadores na Câmara de Itapetinga ao vetar todos os projetos de leis de autoria de seus vereadores. O impressionante, nesta triste historia parlamentar, é que os vereadores não tiveram o direito de defender seus projetos, e nem mesmo, contestar os vetos do prefeito, sob ameaça de perda de cargos na Prefeitura. A ordem vida do Poder Executivo, era para que nenhum parlamentar questionasse os vetos do gestor no plenário da Casa, todos foram obrigados a se calarem durante a votação sobre pena de retaliação.

O IDenuncias publicou o calar dos vereadores em vídeo, no momento exato da votação dos vetos do prefeito, apenas um vereador contestou o veto, Tiquinho (PDT), um parlamentar de oposição que teve seu projeto de lei sobre isenção de IPTU, vetado pelo prefeito, os demais se mantiveram em silêncio por ordem do prefeito Hagge.

Não se sabe até quando os vereadores irão suportar as constantes ações humilhantes do prefeito Hagge sob sua base aliada. O que nós sabemos, que em outras legislaturas passadas, a postura de vereadores, na época, não permitia que gestos de humilhação tomados pelo atual prefeito ficasse em pune, a reação certamente sinalizaria por uma ruptura. Por muito menos, o avó de Hagge, o ex-prefeito Michel Hagge (MDB), perdeu toda sua base aliada na Câmara, a fuga de parlamentares quase paralisou à administração pública. 

Que saudade faz os velhos vereadores da velha política!!!!