Paolo Marconi, o carrasco dos maus gestores municipais no TCM aposenta

Paolo Marconi, o carrasco dos maus gestores municipais no TCM aposenta

Conhecido como o carrasco dos maus prefeito e presidentes de Câmara, conselheiro Paolo Marconi, antecipa aposentadoria e deixa o TCM aos 73 anos.

Paolo Marconi, o carrasco dos maus gestores municipais no TCM aposenta
Indicado a pedido do ex-governador Anotnio Carlos Magalhães, o conselheiro Paolo Marconi deixa o TCM após 21 anos de serviços prestados na Corte.

O conselheiro Paolo Marconi, é um nome que levará décadas para ser esquecido, por ex-prefeitos e ex-presidentes de Câmaras Municipais, assim como os atuais gestores, que enxergam na figura do hoje, ex-conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a personagem histórica de um carrasco, encarregado pelo Estado, de torturar e executar pessoas em público.

Temido por sua analise rigorosa nas contas públicas de gestores municipais. Prefeitos e presidentes de Câmara, assim como ex-gestores sentiam calafrios ao tomarem conhecimento que suas contas públicas iriam para relatoria de Paulo Marconi. Para muitos gestores, o conselheiro promovia uma verdadeira execração pública à imagem de políticos, com auditorias que dificilmente terminava com 100% de aprovação nas contas.

O conselheiro Marconi decidiu antecipar a sua aposentadoria e anunciou na sessão desta quinta-feira (19/08) que deixa o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. Ele foi nomeado conselheiro pelo então governador da Bahia, Paulo Souto por indicação do ex-governador Antônio Carlos Magalhães (ACM), em setembro de 2000 e completaria assim, 21 anos de serviços prestados à corte no próximo mês. Poderia, no entanto, permanecer no cargo por mais dois anos, antes de completar a idade limite de 75 anos.

Para muitos gestores municipais, na época, a indicação de Marconi para a vaga de conselheiro do TCM, pelo líder político baiano ACM, poderia amenizar analise de contas públicas de muitos prefeitos e presidente de Câmara. Mas, não foi exatamente isso que aconteceu.

Na estreia, em 2001, com método inovador de analise de contas públicas, culminado com a temida Lei de Reponsabilidade Fiscal (LRF), Marconi foi responsável por quase o dobra números de contas rejeitadas de gestores de Prefeituras, Câmaras e Autarquias no TCM, naquele ano. Fatos que levou muitos desses políticos de mandatos e sem, queixarem a deputados federais para tentar intermediar junto a figuras próximas do então governador Paulo Souto (DEM), a dar um “jeitinho brasileiro” nas contas dos maus gestores para aliviar a punição nas rejeições das contas. Tudo em vão, o conselheiro Paolo Marconi nunca se dobrou a pressões e manteve seu rigor até a sexta-feira, quando decidiu antecipar sua aposentadoria.

Em Itapetinga alguns gestores municipais experimentaram o estilo carrasco de fiscalização nas contas pública feitas pelo ex-conselheiro Paolo Marconi. O ex-prefeito Dr. José Otavio Curvelo (DEM), que não teve contas rejeitas, mas teve contas aprovadas por ressalvas, que para um bom entendedor, quer dizer: pagar multas por deslizes menores, vistos pelo então conselheiro do TCM. 

Outro ex-gestor, José Carlos Moura, teve suas contas 2009/2010 aprovada com ressalvas pelo conselheiro Marconi. Porém o petista amagou uma série de multas aplicada por irregularidades atípicas. Dai adiante, Moura colecionou contas rejeitas, foram 5 ao longo de 8 anos no comando da Prefeitura Municipal de Itapetinga. 

Contas do prefeito Hagge voltam a ser rejeitadas e TCM pede investigação
Contas do prefeito Hagge voltam a ser rejeitadas e TCM pede investigação. (VEJA AQUI).

Na balada do ex-prefeito petista, o jovem prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge (MDB), que até o momento registra 2 contas rejeitas 2018/2019, por irregularidades graves, que levou o TCM, a formular representações nos Ministérios Públicos: federal e estadual com pedido de investigação. Já as contas públicas do exercício 2020, deve tomar o mesmo destino das duas últimas, a reprovação. Hagge terá quase 1 ano de salário de prefeito só para pagar multas por contas rejeitadas.

Na despedida Paolo Marconi, procurou elencar algumas razões pessoais e profissionais que o levaram a antecipar a aposentadoria. Lembrou que há cerca de um ano sofreu com a saúde e foi obrigado a realizar uma operação cardíaca, o que, junto com algumas frustrações no exercício de suas funções, o levou a decidir parar.

Lembrou que foi indicado para o cargo pelo ex-governador Antonio Carlos Magalhães, e que acredita ter honrado esta indicação. “Jurei defender a lei e as Constituições da República e da Bahia, e o fiz com empenho e seriedade”. E acrescentou: “Sou crédulo, acredito na Justiça, nas instituições”. Disse que, na verdade, deveria ter deixado o TCM ao completar 70 anos de idade, mas acabou ficando após a aprovação da ampliação para 75 anos para a aposentadoria compulsória o que considerou um erro pessoal.